"O mais sério da vida pra mim é o brincar, levar a vida a sério é considerar seriamente que o objetivo maior da vida é a felicidade."
A primeira impressão que se tem ao entrar no sítio-casa-paraíso do artista plástico Dim é de encontro com a pureza. A pureza no sentido lato. Tudo ali é amplo, largo em sua sinceridade, simplicidade e beleza. O artista com sua família integrados ao espaço das árvores, do chão, do ar. E seus quadros e peças espalhados para onde os nossos olhos mirarem. Dim e as cores em só contexto: a natureza.
Ontem, meu sábado foi pintado por essas cores. Em Pindoretama, a uns 40 quilômetros de Fortaleza, Dim se recolhe em sua paz, produz sua arte, recebe seus amigos. Só sai dali quando é preciso, por necessidade de seu trabalho.
Há dois anos realizei um documentário em curta-metragem sobre o Dim. Mas a cada visita que lhe faço fico com a sensação de que poderia ter feito mais, de tão-mais que ele é como artista e pessoa. Diante das dificuldades de sobreviver de sua arte neste país de equivocados heróis big-brothers, Dim rebate o mal-estar e qualquer indisposição que possa vir em sua direção. "Envergo mas não quebro", como ele lapida na essência de um joão-teimoso sertanejo e universal. Cabra da peste do bem vindo das praias e dos prados do Camocim. Eterno menino que se confunde no tamanho do filho que brinca ao seu redor. Dim conta histórias, "causos", ri, gargalha, envolve todos em sua autenticidade. Assim ele resiste às intempéries, assim ele vive as coisas boas que a vida lhe dá, e compartilha com os que se achegam.
É ele quem diz, como num mantra: "brinquedim, brinquetu, brincamos nós!"