terça-feira, 28 de janeiro de 2025

eu sei, mas não devia


A escritora Mariana Colasanti gravou o vídeo acima às vésperas de completar 80 anos. Achava que não chegaria a tanto, disse. A vida prorrogou mais sete anos.

Passo agora a conviver com sua ausência e sua presença em seus livros em minha estante, esses passadiços horizontais em que se guardam dorsos verticais de tempo.
Pego o exemplar de Eu sei, mas não devia, de 1995, e leio trechos da crônica de título homônimo.
Leio no silêncio da saudade como um consolo dela para mim.
“Eu sei que a gente se acostuma, mas não devia. (...) A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. (...) A gente se acostuma, para poupar a vida.”
Sua literatura chegou ao meu coração, como ela desejou.

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