"sua gula e jejum
sua biblioteca..."
José, o livro, com apenas 12 poemas, expressa e mescla a solidão do homem na metrópole e as questões pessoais do autor.
José, o poema, especificamente, é a mais pura elocução de abandono e desesperança do indivíduo na cidade, personificado no nome mais comum da nossa língua e que tem sentido coletivo.
Estruturado na verticalidade de versos livres, linguagem popular e ambiente cotidiano, Drummond repete o refrão “E agora, José” como um mantra de identificação, abraço e compartilhamento de sentimentos. Foi escrito no contexto e cenário dos escombros da Segunda Guerra e o Brasil do Estado Novo ditatorial de Vargas. O passado era refúgio, “quer ir para Minas, / Minas não há mais”; o futuro para onde se marcha não existe porta, “José, para onde?”.
Hoje, 122 anos de nascimento do poeta.
Você não morre, você é duro, Drummond.
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Foto: Luís Carlos/Agência JB, anos 70, publicada no livro Drummond Frente e Verso - Fotobiografia de Carlos Drummond de Andrade, Edições Alumbramento, 1989.
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