- Podes dizer-me, por favor, que
caminho devo seguir para sair daqui?
- Isso depende muito de para onde
queres ir - respondeu o gato.
- Preocupa-me pouco aonde ir.
- Nesse caso, pouco importa o
caminho que sigas - replicou o gato.
Lembrei-me desse diálogo de Alice no país das maravilhas, de Lewis
Carroll, saindo da cidade de Guaramiranga, Ceará, em 2015, depois do Festival de Jazz
& Blues, ao ver dois gatos na janela de uma casa. Fotografei como Alice
perguntasse. Ou perguntei como Alice os fotografasse.
No livro, a personagem ao fazer a
pergunta ao Gato de Cheshire, o autor desconstrói qualquer intencionalidade de
interpretação literal. As alusões são filosóficas em toda narrativa, e o felino
sorridente é um dos poucos que têm um diálogo com a menina, de forma que ela
perceba as reflexões necessárias.
Descendo a serra, deixando o frio
para trás, caí morro abaixo em mim, dentro de reflexões sobre que caminhos
realmente queremos, sabemos e seguimos, depois que estivemos na toca do coelho
e nos encantamos com seres antropomórficos, em situações que, por algumas
horas, largamos preocupações, saudades, amores idos, desejos, esperanças...
Estamos sempre indo ao encontro do que supomos guardado como solucionado. Ou me preocupo aonde ir ou pouco importa o caminho que sigo.
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