quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

o último voo


"Cerveja que tomo hoje é apenas em memória / dos tempos da Panair / a primeira Coca-Cola foi me lembro bem agora / nas asas da Panair / a maior das maravilhas foi voando sobre o mundo / nas asas da Panair..."

Trecho de Conversando no Bar - (Saudade dos Aviões da Panair), música de Milton Nascimento, letra de Fernando Brant, de 1974, eternizada na voz de Elis Regina e do próprio Bituca.
A Panair, abreviatura de PAN American AIRrways, foi uma das companhias aéreas pioneiras no Brasil, subsidiária de uma empresa norte-americana, a NYRBA, extinta pelo governo militar, há 56 anos, num 10 de fevereiro violento, cheio de arbitrariedades. Foram 35 anos de voos. A história da Panair é longa e complicada.
Sabe-se que a VARIG era a grande interessada em tomar conta dos céus do país. Ruben Berta, proprietário da empresa gaúcha, era apoiador do regime e amigo pessoal de diversos militares de alta patente.
Creditaram o fim da Panair a João Goulart, quando, na verdade, ele tentou para que as ações da empresa ficassem em mãos brasileiras, uma vez que o setor de aviação era dominado por sócios estrangeiros. O governo militar aproveitou a "deixa" e favoreceu a VARIG por motivos óbvios. Panair do Brasil, um oportuno documentário dirigido por Marco Altberg em 2009, detalha o assunto.
A canção de Milton tem um ar de melancolia, num voo de languidez e saudade.

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