domingo, 27 de outubro de 2019

eu me lembro

Fantástico, onírico, nostálgico e memorialístico, Federico Fellini concebeu em Amarcord, 1973, um dos mais fortes libelos cinematográficos contra o fascismo. Autobiográfico, o cineasta ambienta seu delírio e expurgação nos anos 30 da Itália devastada pela figura pústula de Mussolini, pela moral repressora e destrutiva.
Na história, o personagem Titta é o alter ego do diretor. Mas todos os personagens que lhe rodeiam e habitam o passado nessa depuração de revogação nostálgica, são Fellinis. Mesmo não tendo tragédias sérias na família, o cineasta tomou posição e dizia que o fascismo aprisionou os italianos em uma adolescência perpétua de pesadelos, pelos tempos opressivos que viveram.
O cinema o acolheu para espantar os fantasmas.

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