quinta-feira, 12 de novembro de 2009

a indesejada das gentes



foto arquivo NV

"Morte, morte.
Levamos toda a vida morrendo em surdina.
No trabalho, no amor, acordados, em sonho.
A vida é a vigilância da morte,
até que seu fogo veemente nos consuma
sem a consumir."


(Cecília Meireles) 

Perdi hoje um amigo, um parente. Sempre me questiono o sentido de tudo isso quando a indesejada das gentes, como dizia Bandeira, alcança uma pessoa querida,  que habita nosso coração.

Há tantos poemas, textos, reflexões sobre o fim. Ou o começo? A dor não sabe, procura consolo no ombro mais próximo de um enredo, de uma composição. Eu mesmo já ousei uns mal traçados versos  sobre a única certeza que se tem ao nascer. E nunca é o bastante. Incomoda-me muito saber que também não serei poupado, que não há outro jeito de ficar por aqui mesmo, que cada um de nós é o próximo.

O dia com seu volume de luz e escuridão é o que nos cabe continuar enquanto nossos queridos se vão primeiro. Viver intensamente é o que devemos.

Marco, valeu viver o tempo que nos coube juntos.

2 comentários:

LIVRE disse...

Estamos juntos nessa meu amigo. conte comigo para o começo e para o fim.

Nirton Venancio disse...

Que bom ter você, Karla.