quinta-feira, 19 de outubro de 2006

recusando o Oscar

Aki Kaurismaki. Foto Hannes Heikura


Woody Allen recusou-se a ir receber o Oscar em 1978, quando foi indicado e premiado como melhor filme e melhor diretor por "Annie Hall", no Brasil "Noivo neurótico, noiva nervosa". Repetiu o gesto - considerado um erro diplomático - em 1987, quando "Hannah e suas irmãs" (Hannah and her sisters) concorreu nas categorias de filme, direção, edição, direção de arte, ator coadjuvante e atriz coadjuvante, ganhando nestas duas últimas, respectivamente, Michael Caine e Dianne Wiest. O diretor novaiorquino preferiu tocar jazz em um barzinho predileto.

Marlon Brando , em protesto pelo modo como os Estados Unidos discriminavam os índios nativos do país, não compareceu à cerimônia de entrega do Oscar, premiado por seu trabalho em "O poderoso chefão" (The Godfather), de Francis Coppola, em 1972. Enviou em seu lugar a atriz Sacheen Littlefeather, que subiu ao palco caracterizada de índia.

O cineasta finlandês Aki Kaurismaki radicalizou: nesta semana não permitiu que seu mais recente filme, "Luzes na escuridão" (Laitakaupungin valot), seja indicado ao Oscar 2007 em protesto veemente contra a política externa do bélico George W. Bush. O filme, que tem co-produção com França e Alemanha, foi escolhido pelo Instituto Finlandês de Cinema para representar o país na categoria de melhor filme estrangeiro.
"Luzes na escuridão" conta a história de um homem solitário, que trabalha como guarda-noturno em um shopping center na capital Helsinki. Foi exibido na mostra Panorama do Cinema Mundial, no Festival do Rio deste ano.

2 comentários:

Anônimo disse...

Essa história de atores, diretores e produtores que recusam o Oscar é tão antiga quanto a lista de injustiças (filmes e diretores que mereciam a estatueta e nunca ganharam: caso de Spartacus, Os Dez Mandamentos e do eterno Martin Scorcese). Para mim, Oscar não é uma festa de credibilidade (não e nada para se levar muito a sério). É apenas mais um lugar onde eu aprecio as tendências do cinema (a diferença é que aqui o preconceito é maior do que nos outros festivais). Abraços do crítico da caverna cinematográfica.

Nirton Venancio disse...

meu caro Roberto, concordo com você. Acho a festa do Oscar uma chatice e a lista de premiados é sempre um equívoco.
E acho legal a atitude o Kaurismaki, mesmo que ele faça disso maketing pro filme...