terça-feira, 10 de novembro de 2009

Sem perdão


 foto Blog da História

A morte sob tortura do operário metalúrgico Manoel Fiel Filho, em 1976, nos porões do DOI-CODI em São Paulo, é a base do documentário "Perdão, Mister Fiel" que, além da impiedosa caça aos comunistas no Brasil, trata da intervenção dos Estados Unidos nos países da América do Sul durante as ditaduras militares nas décadas de 1960 a 1980.

Com a morte de Fiel, poucos meses depois da de Vladimir Herzog, no mesmo inferno do DOI-CODI e nas mesmas circunstâncias, começa a ruir o esquema de poder paralelo dentro do Exército, responsável pelas maiores crueldades da repressão, e dá-se inicio à abertura política do país. O filme revela, inclusive, o diálogo entre o General Geisel e o Governador de São Paulo, logo após a morte de Fiel que desencadeia o processo de abertura.

Ao todo, no Brasil, Chile, Argentina e Estados Unidos, o filme entrevistou 30 personalidades, entre elas três presidentes da república, ex-militantes políticos presos e torturados, historiadores, membros dos direitos humanos, além de um dos algozes do DOI-CODI que faz revelações inéditas e impactantes sobre os métodos da ditadura no Brasil.

O longa-metragem foi selecionado para a mostra competitiva do 42º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, que começa no próximo dia 17. Dirigido pelo jornalista Jorge Oliveira, é aguardado com expectativa.

Na foto acima, sua esposa Teresa.

2 comentários:

Selma Santiago disse...

O problema desses filmes de festivais é que demoram a entrar no circuito normal, e quando entram.

Nirton Venancio disse...

É, Selma, isso acontece mesmo. Esses filmes, principalmente quando premiados, deveriam entrar em circuito comercial logo após o festival, aproveitando a repercussão. Mas distribuição de filmes no Brasil sempre foi um problema.