terça-feira, 9 de julho de 2024

página de um livro bom

Foto: Celso Oliveira

Na foto acima: em alguma noite do passado, 1980, bar Quina Azul, na av. Carapinima, bairro Benfica, Fortaleza.
A partir da esquerda:
Eu, o poeta e professor Batista De Lima, a professora Socorro Xavier, o poeta Floriano Martins , o poeta e contista Airton Monte, o poeta e jornalista Rogaciano Leite Filho, o professor Magno Avelar e o artista gráfico Paulo Barbosa.
Hoje, 70 anos de nascimento de Rogaciano, que partiu aos 37 para outras quinas azuis.
Com mais 22 escritores (Adriano Espínola, Airton Monte, Antonio Rodrigues De Sousa, Batista de Lima, Carlos Emílio Correia Lima, Eugênio Leandro, Fernanda Teixeira, Floriano Martins, Geraldo Markan, Jackson Sampaio, Joyce Cavalcante, Lydia Teles, Marcio Catunda, Maryse Sales, Natalício Barroso, Nilto Maciel, Oswald Barroso, Paulo Barbosa, Paulo Véras, Rosemberg Cariry, Sílvio Barreira), fundamos o Grupo Siriará de Literatura em julho de 1979, com resistência sinalizada, manifesto assinado e revista lançada na 31ª Reunião Anual da SBPC, que aconteceu na capital cearense.
Rogaciano era o timoneiro de todos nós. Do alto do seu 1m80 içava as velas nos ventos da literatura, editando uma página semanal no jornal O Povo com nossa produção primeva de poemas, contos, crônicas, artigos de luxo de nossos corações entre o espanto e a esperança, entre a perplexidade e a utopia.
Rogaciano conduzia as reuniões às sextas-feiras na casa de um de nós daquela semana, onde líamos e discutíamos nossas criações. onde aplaudíamos nossos acertos, ouvíamos as críticas e acatávamos as correções. Saraus sem lacração, sem lustração de egos, sem livros ainda, mas com poesia.
Rogaciano depois conduzia quantos de nós cabíamos em seu Fiat 147 para as noites, mesas e brisa do Bar Estoril e outras esquinas de todas as cores.
Rogaciano conduzia e dizia com quantos versos se fazia um poema coletivo nesses encontros sob o céu que nos protegia, sobre o chão sagrado siriarense.
A saudade, essa delimitação do vazio que Olavo Bilac dizia que “é a presença dos ausentes”, cristaliza-se em memória mais terna e feliz nessa esquina do tempo.
Um brinde, Rogaciano! 

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