Ela foi muito mais do que o sucesso que a projetou no começo dos anos 90, a música Noite preta, tema de abertura da novela Vamp.
Na década de 80, formou a banda pós-punk Nau, uma das mais expressivas e autênticas da cena musical paulistana, com um ótimo disco homônimo lançado em 87. Um ano antes, Vange participou do álbum Cadê as armas?, de As Mercenárias, banda com fortes influências do rock inglês de Siouxsie and the Banshees.
E além da música, o grande legado de Vange Leonel é sua postura admirável na luta pelos direitos de cidadã, como ativista LGBT. Seu pensamento, suas ideias, e, sobretudo, sua poesia em prosa, se manifestou em quatro ótimos livros de temática GLS, assim como em duas peças teatrais e, mais nos últimos anos de vida, como colunista em jornais e revistas.
O impressionante talento de Vange Leonel vem de muito tempo. Bem antes mesmo de mostrar sua criatividade no grupo e disco Nau, formou com seu primo, o então desconhecido Nando Reis, a banda Os Camarões.
A escritora Cilmara Bedaque, companheira de Vange por quase 30 anos, parceira em dezenas de composições, até o último momento, em seu colo, é referência e reverência em sua vida.
O título da postagem é uma menção à peça As sereias da Rive Gauche, que Vange escreveu em 2002, levada aos palcos pela diretora Regina Galdino. O texto faz uma interessante pesquisa e reconstituição sobre o lesbianismo no começo do século passado, mais precisamente em 1928, através de duas escritoras da época que publicaram livros temáticos, a inglesa Radclyffe Hall e a americana Djuna Barnes.7
Acima, seu primeiro disco solo, lançado em 1991.
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