ilustração François Schuiten
Aos que riem, debocham de meu modelito fashion pandêmico apocalipse now, - luvas, máscaras e óculos - se preciso sair ao supermercado, desejo que estejam certos e eu exagerado por adorar um horror inventado. Pedirei desculpas com mil rosas roubadas na floricultura fechada.
Que tudo seja uma armação da China comunista para destruir a economia ocidental e de olhinhos fechados dominar o mundo.
Que as mortes na Itália e na Espanha sejam projeções holográficas nos telões das metrópoles - uma retomada neorrealista pós-guerra em um, uma nova temporada do lado de fora da Casa de Papel em outra.
Que os corpos enterrados em uma vala em Hart Island, no bairro do Bronx, em Nova York, no país mais rico do mundo, sejam cenas de apenas mais um desses filmes de catástrofe nos multiplexes, com o bom moço Tom Cruise nos salvando antes de acenderem as luzes.
Que o inominável verme que preside o maior país da América Latina esteja com os intestinos do cérebro entupidos de razão - é uma gripezinha, não fiquem em casa - afinal, é o “Messias” do fim dos tempos, o “mito” do desgoverno do presigárgula, esse gambá de Troia, e que marcará a página infeliz de nossa história.
Que eu esteja totalmente equivocado, porque, afinal, tenho em volta e no isolamento, as pessoas que amo tanto: meus filhos, minha família, irmãos, sobrinhos, primos, meus amigos para quem guardo uma “ruma” de abraços, tem a humanidade que prezo por sermos um milagre diário desde sempre.
Que eu esteja redondamente enganado e eles terraplanistamente certos.
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